AUTOBIOGRAFIA
Sou Izabel Cristina de Carvalho, tenho 32 anos, nasci sob o signo de touro aos vinte e nove dias do mês de abril de um mil novecentos e setenta e sete, na cidade de Cáceres, Estado do Mato Grosso. Sou a primeira de quatro filhas do Sr. Waldomiro Sérvolo de Carvalho e da Senhora Iracema Paes Landim de Carvalho (falecida).
Morei na cidade em que nasci até os 7 anos de idade. A primeira escola que estudei foi a Escola Santo Antônio, uma escola multisseriada, que tinha como professor o meu tio João. Eu gostava muito da escola, principalmente das brincadeiras de roda na hora do recreio e da hora de ir embora, quando voltava para casa na garupa da bicicleta do meu professor e tio.
Aos 8 anos de idade, em 1985, vim para Rondônia juntamente com minha família, a convite do meu avô, que no ano anterior havia trilhado o mesmo caminho rumo à Rondônia. O município escolhido para morarmos foi Ji-Paraná. Neste período, estudei a 2ª série na Escola Estadual 31 de março. Ficamos algum tempo na cidade, mas a falta de emprego e de melhores oportunidades de trabalho para o meu pai nos levou a mudarmos para a zona rural. Meu pai foi tomar conta do sítio do meu avô. Nesta época, estudei na escola multisseriada São Lourenço. Também desta escola tenho boas lembranças: do professor Osmar, dos colegas e das brincadeiras.
Ainda em 1985, com apenas 8 anos de idade, tive uma grande perda: o falecimento de minha mãe aos 28 anos de idade. Esta foi uma fase muito difícil para toda a família, especialmente para meu pai, que demonstrava um grande amor por ela. Meus avós vieram morar no sítio conosco. Minha vida mudou completamente a partir daí. Antes, minha tarefa era brincar e estudar, depois disso todos os afazeres domésticos estavam sob responsabilidade minha e de minha avó, que na época já tinha 70 anos e não mais dava conta sozinha de tantas atividades. Meu pai abdicou completamente da nossa educação, tudo ficava sob a responsabilidade de meus avós, que eram muito rígidos em relação à disciplina.
Em 1987, mudamos de residência novamente. Desta vez, não para outro município, mas de uma linha para outra, na própria área rural do município de Ji-Paraná. Fui estudar na escola Alberto Torres; naquele ano terminei a 4ª série do Ensino fundamental. Meus avós preocuparam-se em como eu continuaria meus estudos se a escola que atendia as séries finais do Ensino fundamental mais próxima, estava situada a nove quilômetros do nosso sítio e não havia transporte escolar.
No ano de 1988, fui estudar na mesma escola onde iniciei meu processo de escolarização no estado do Mato Grosso. Morei na casa de meu tio. Por coincidência, do mesmo tio que me alfabetizou. Estar longe de meu pai e de minhas irmãs, foi muito difícil, pois, aquele lugar que um dia fora meu lugar, já não mais me dizia nada e ainda me separava das pessoas que eu mais amava. Eu contava os dias para voltar a vê-los. No ano de 1989, voltei para Ji-Paraná, mas fui morar na casa de um tio meu até que fosse arranjada uma alternativa para a falta de escola no lugar onde minha família morava. Estudei seis meses na Escola Estadual JK.
No ano de 1990, me transferi para a escola Tupã, em Nova Colina, distrito de Ji- Paraná, onde fui morar com minha família e onde concluí meu Ensino Fundamental e Médio. A Escola e a Igreja Católica - além da família é claro - foram as bases de minha formação. Nos anos de 1992 e 1993, fui catequista e coordenadora de grupo de jovens. Foi um período de muito crescimento pessoal e humanístico na minha história. Em 1993, com 16 anos de idade, consegui o meu primeiro emprego, telefonista.
Em 1995, me casei com Amauri Guedes de Freitas após dois anos de namoro e me mudei para Ariquemes, esta cidade que me acolheu com carinho e me ofereceu muitas oportunidades e desafios. Neste ano, tive minha filha Aline e fiquei apenas em função dela e de minha família por três anos. Em 1997, fui trabalhar numa instituição que atendia crianças e adolescentes em situação de risco social: o Grupo de Voluntários da Seicho-no-iê. Esta experiência foi muito importante para minha vida profissional, que se voltaria para área social e para a educação.
Em 1998, retomei meus estudos, passei no vestibular para o curso de Pedagogia e me envolvi com a formação em relação à profissão que almejei desde muito cedo. Em 1999, fui contratada através de concurso público pela Prefeitura de Ariquemes, na época, como monitora da educação do município. A primeira escola que trabalhei foi a Escola Ireno A. Berticelli, no Setor 08. A falta de experiência, aliada à falta de orientação da atividade docente, fez com que esta experiência não correspondesse às minhas expectativas. Trabalhei dois anos nesta escola, sendo que, a partir do segundo ano, ficava apenas meio período, no outro fiquei cedida para uma instituição filantrópica chamada Casa da Criança Francisco de Assis, na qual fazia o trabalho de Coordenação. Foi nesta instituição que conheci, em 2003, meu segundo filho: Ilton, adotado por nós com quatro anos de idade, vindo revolucionar a minha história e me fazer melhor.
Trabalhei também, nos anos subsequentes, com a Educação Infantil na Escola Sonho Meu - uma da melhores experiências de sala de aula que tive - e nas escolas Pingo de Gente e Anísio Teixeira na Orientação Educacional. Desde 2005, trabalho na Secretaria Municipal de Educação de Ariquemes, na Coordenação Pedagógica das Escolas Urbanas.
Em 2004, voltei aos estudos; fiz uma de Pós-Graduação - “Especialização em Linguagem e Educação” - pela Universidade Federal de Rondônia - UNIR.
Atualmente, faço curso de Licenciatura em Música/EaD pela UFRGS, um dos maiores desafios em relação à formação que já vivenciei, porém, faço com prazer, pois a arte, em especial a música é uma forma de estar de bem com o mundo e comigo mesma e de cultivar a beleza e o encantamento que existe na essência de cada ser humano, por isso tenho certeza: está valendo a pena e assim vai continuar sendo.
Morei na cidade em que nasci até os 7 anos de idade. A primeira escola que estudei foi a Escola Santo Antônio, uma escola multisseriada, que tinha como professor o meu tio João. Eu gostava muito da escola, principalmente das brincadeiras de roda na hora do recreio e da hora de ir embora, quando voltava para casa na garupa da bicicleta do meu professor e tio.
Aos 8 anos de idade, em 1985, vim para Rondônia juntamente com minha família, a convite do meu avô, que no ano anterior havia trilhado o mesmo caminho rumo à Rondônia. O município escolhido para morarmos foi Ji-Paraná. Neste período, estudei a 2ª série na Escola Estadual 31 de março. Ficamos algum tempo na cidade, mas a falta de emprego e de melhores oportunidades de trabalho para o meu pai nos levou a mudarmos para a zona rural. Meu pai foi tomar conta do sítio do meu avô. Nesta época, estudei na escola multisseriada São Lourenço. Também desta escola tenho boas lembranças: do professor Osmar, dos colegas e das brincadeiras.
Ainda em 1985, com apenas 8 anos de idade, tive uma grande perda: o falecimento de minha mãe aos 28 anos de idade. Esta foi uma fase muito difícil para toda a família, especialmente para meu pai, que demonstrava um grande amor por ela. Meus avós vieram morar no sítio conosco. Minha vida mudou completamente a partir daí. Antes, minha tarefa era brincar e estudar, depois disso todos os afazeres domésticos estavam sob responsabilidade minha e de minha avó, que na época já tinha 70 anos e não mais dava conta sozinha de tantas atividades. Meu pai abdicou completamente da nossa educação, tudo ficava sob a responsabilidade de meus avós, que eram muito rígidos em relação à disciplina.
Em 1987, mudamos de residência novamente. Desta vez, não para outro município, mas de uma linha para outra, na própria área rural do município de Ji-Paraná. Fui estudar na escola Alberto Torres; naquele ano terminei a 4ª série do Ensino fundamental. Meus avós preocuparam-se em como eu continuaria meus estudos se a escola que atendia as séries finais do Ensino fundamental mais próxima, estava situada a nove quilômetros do nosso sítio e não havia transporte escolar.
No ano de 1988, fui estudar na mesma escola onde iniciei meu processo de escolarização no estado do Mato Grosso. Morei na casa de meu tio. Por coincidência, do mesmo tio que me alfabetizou. Estar longe de meu pai e de minhas irmãs, foi muito difícil, pois, aquele lugar que um dia fora meu lugar, já não mais me dizia nada e ainda me separava das pessoas que eu mais amava. Eu contava os dias para voltar a vê-los. No ano de 1989, voltei para Ji-Paraná, mas fui morar na casa de um tio meu até que fosse arranjada uma alternativa para a falta de escola no lugar onde minha família morava. Estudei seis meses na Escola Estadual JK.
No ano de 1990, me transferi para a escola Tupã, em Nova Colina, distrito de Ji- Paraná, onde fui morar com minha família e onde concluí meu Ensino Fundamental e Médio. A Escola e a Igreja Católica - além da família é claro - foram as bases de minha formação. Nos anos de 1992 e 1993, fui catequista e coordenadora de grupo de jovens. Foi um período de muito crescimento pessoal e humanístico na minha história. Em 1993, com 16 anos de idade, consegui o meu primeiro emprego, telefonista.
Em 1995, me casei com Amauri Guedes de Freitas após dois anos de namoro e me mudei para Ariquemes, esta cidade que me acolheu com carinho e me ofereceu muitas oportunidades e desafios. Neste ano, tive minha filha Aline e fiquei apenas em função dela e de minha família por três anos. Em 1997, fui trabalhar numa instituição que atendia crianças e adolescentes em situação de risco social: o Grupo de Voluntários da Seicho-no-iê. Esta experiência foi muito importante para minha vida profissional, que se voltaria para área social e para a educação.
Em 1998, retomei meus estudos, passei no vestibular para o curso de Pedagogia e me envolvi com a formação em relação à profissão que almejei desde muito cedo. Em 1999, fui contratada através de concurso público pela Prefeitura de Ariquemes, na época, como monitora da educação do município. A primeira escola que trabalhei foi a Escola Ireno A. Berticelli, no Setor 08. A falta de experiência, aliada à falta de orientação da atividade docente, fez com que esta experiência não correspondesse às minhas expectativas. Trabalhei dois anos nesta escola, sendo que, a partir do segundo ano, ficava apenas meio período, no outro fiquei cedida para uma instituição filantrópica chamada Casa da Criança Francisco de Assis, na qual fazia o trabalho de Coordenação. Foi nesta instituição que conheci, em 2003, meu segundo filho: Ilton, adotado por nós com quatro anos de idade, vindo revolucionar a minha história e me fazer melhor.
Trabalhei também, nos anos subsequentes, com a Educação Infantil na Escola Sonho Meu - uma da melhores experiências de sala de aula que tive - e nas escolas Pingo de Gente e Anísio Teixeira na Orientação Educacional. Desde 2005, trabalho na Secretaria Municipal de Educação de Ariquemes, na Coordenação Pedagógica das Escolas Urbanas.
Em 2004, voltei aos estudos; fiz uma de Pós-Graduação - “Especialização em Linguagem e Educação” - pela Universidade Federal de Rondônia - UNIR.
Atualmente, faço curso de Licenciatura em Música/EaD pela UFRGS, um dos maiores desafios em relação à formação que já vivenciei, porém, faço com prazer, pois a arte, em especial a música é uma forma de estar de bem com o mundo e comigo mesma e de cultivar a beleza e o encantamento que existe na essência de cada ser humano, por isso tenho certeza: está valendo a pena e assim vai continuar sendo.
AUTOAVALIAÇÃO
O Programa Gestar II é um espaço de formação e reflexão da prática que vai além do mero recebimento de informações a respeito de métodos de ensino. Ele faz o professor pensar e repensar o sentido daquilo que está sendo desenvolvido em sala de aula com os alunos, e como fazer para tornar o aprendizado mais significativo e a sala de aula um espaço de afeto e respeito mútuo. Neste sentido, vejo que a minha atuação neste programa buscou desde o início dar suporte para que seu desenvolvimento desse conta de que os professores compreendessem e vivenciassem isso. Procurei ouvir os cursistas, as formadoras, os diretores e coordenadores pedagógicos, para então decidir em conjunto com as formadoras, sobre os encaminhamentos que melhor atendesse as necessidades das escolas, para que assim também a atuação deles fosse pautada no diálogo e na participação coletiva dos alunos e comprometimento com a aprendizagem dos mesmos. Algumas dificuldades foram encontradas no desenvolvimento do programa. O ajuste de horários para a realização das oficinas, devido à carga horária excessiva de trabalho dos professores, foi um desafio que tivemos que vencer. Trabalhamos algum tempo fazendo as oficinas quinzenalmente, sendo que, uma vez por mês as oficinas aconteciam aos sábados. Percebemos certo esvaziamento das oficinas nestes dias, repensamos e decidimos mudar o calendário excluindo o sábado. A partir daí as oficinas tiveram um período maior de um encontro para o outro, em torno de 20 a 25 dias, também em atendimento a solicitação dos professores para um tempo maior para estudos dos TPs. A Flexibilidade foi um aspecto sempre presente na formação, tanto na minha ação enquanto coordenadora do programa, quanto das formadoras, e isto foi importante para que as oficinas prosseguissem com êxito. Uma coisa me angustiou um pouco mais, na execução do programa – principalmente no início: o acúmulo de tarefas das formadoras, foi um aspecto que fatalmente contribuiu para que não conseguíssemos dar o devido atendimento aos cursistas, principalmente em relação às visitas do plantão pedagógico. Entretanto, aos poucos temos superado esta dificuldade. Atualmente já temos conseguido realizar visitas e acompanhado o trabalho que os professores vêm desenvolvendo. É gratificante saber que muita coisa já mudou na prática desses cursistas. Eles reconhecem a importância daquilo que estão aprendendo e sabem que precisam deste estudo para superar suas dificuldades na prática. São sempre muito receptivos e cordiais, vêem com entusiasmo e alegria a visita das formadoras e respondem positivamente aos desafios propostos para as atividades de sala de aula. Uma dificuldade ainda persite: a pouca leitura dos TPs pela grande maioria dos cursistas. Sobre isso confesso, fico um pouco amarrada. As reclamações são constantes em relação à falta de tempo para fazer os estudos. A solução que encontramos para sanar parcialmente esta dificuldade foi destinar um tempo dentro da própria oficina para fazer algumas leituras e troca de ideias. Em resumo, vejo que minha atuação enquanto coordenadora do programa foi importante para o desenvolver dos trabalhos. Entretanto, considero que, em algumas ações eu poderia ter sido mais atuante: gostaria de ter participado mais do blog do programa, de ter feito um melhor acompanhamento da frequência dos cursistas e ter participado de fato das oficinas. Minha participação ficou mais com a organização das oficinas, ao apoio logístico, informação dos relatórios à coordenação nacional programa, elaboração e envio de documentos aos diretores e professores cursistas. Mas, vejo que, como o nosso programa ainda não está concluido, considero que algumas coisas ainda podem ser corrigidas, para que encerremos a formação deixando nos cursistas, o desejo de continuar a estudar e refletir sempre em como fazer a diferença na vida dos alunos através de uma aprendizagem significativa.
Izabel Cristina de Carvalho
Coordenadora do Gestar II
Rede Municipal de Ariquemes
Coordenadora do Gestar II
Rede Municipal de Ariquemes
Relatório do Seminário de Avaliação do Programa Gestar II do Estado de Rondônia.
Os dias 26 e 27 de outubro de 2009 foram reservados para a realização do seminário de avaliação do Programa Gestar II do estado de Rondônia. O evento teve início no dia 26, quinta-feira, às 08:30, no hotel Máximos no município de Ji-Paraná-RO. Nós do GESTAR II do Município de Ariquemes - Rede Municipal - eu Izabel Cristina como Coordenadora do programa, Avany como Formadora de Língua Portuguesa e Ana Cristina Formadora de Matemática, estivemos presentes para apresentar o resultado do nosso trabalho aos formadores responsáveis pelo programa na UNB. Todos os formadores e coordenadores dos municípios tiveram 20 minutos disponíveis para fazer suas apresentações, que poderia ser realizada através de Power Point, Cartazes, Baners ou outros. Estas apresentações constaram: a etapa da execução das oficinas em cada Município, o trabalho realizado pelos professores na escola com relação à lição de casa, a orientação aos projetos dos cursistas e também as dificuldades e os avanços do programa.
Participaram das apresentações do programa, nos dois dias de seminário, os seguintes Municípios: Jaru - SEDUC e SEMED -, Colorado D’oeste, Cerejeiras, Cabixi, Nova Brasilândia, Porto Velho, Ariquemes - SEDUC e SEMED - , São Miguel do Guaporé, Monte Negro, Vale do Anari, Machadinho D’oeste, Presidente Médice, Vilhena - SEDUC e SEMED - Rolim de Moura, Pimenta Bueno e Guajará-Mirim. De forma geral, os formadores relataram que o programa Gestar II, tem sido o diferencial no trabalho pedagógico de sala de aula, tem dado o suporte necessário para o professor desenvolver as atividades propostas e consequentemente tornado as aulas mais dinâmicas e atrativas e isso tem sido muito gratificante para os coordenadores, formadores e professores cursistas.
Devido ao trabalho da coordenação ser de propiciar viabilidade a realização do programa no município, ou seja dar o apoio necessário para que as atividades aconteçam, a apresentação do Programa na disciplina de Língua Portuguesa foi realizada por mim Izabel Cristina (coordenadora) e pela Avany (formadora). O resultado do trabalho realizado por alguns municípios, foi entregue aos formadores da UNB através de portifólio para aqueles que optaram por este método de avaliação, enquanto outros serão avaliados através do Blog. Nós de Ariquemes - rede municipal - disciplina de Língua Portuguesa, optamos pelo blog, então o resultado do nosso trabalho está sendo postado no blog gestar2ariquemessemed.blogspot.com, para análise e avaliação dos formadores da UNB, professor Ricardo e professora Aya Ribeiro. O nosso seminário de avaliação do gestar II foi encerrado com uma troca de lembrancinhas entre os professores formadores e coordenadores do Gestar II do estado de Rondônia.
Participaram das apresentações do programa, nos dois dias de seminário, os seguintes Municípios: Jaru - SEDUC e SEMED -, Colorado D’oeste, Cerejeiras, Cabixi, Nova Brasilândia, Porto Velho, Ariquemes - SEDUC e SEMED - , São Miguel do Guaporé, Monte Negro, Vale do Anari, Machadinho D’oeste, Presidente Médice, Vilhena - SEDUC e SEMED - Rolim de Moura, Pimenta Bueno e Guajará-Mirim. De forma geral, os formadores relataram que o programa Gestar II, tem sido o diferencial no trabalho pedagógico de sala de aula, tem dado o suporte necessário para o professor desenvolver as atividades propostas e consequentemente tornado as aulas mais dinâmicas e atrativas e isso tem sido muito gratificante para os coordenadores, formadores e professores cursistas.
Devido ao trabalho da coordenação ser de propiciar viabilidade a realização do programa no município, ou seja dar o apoio necessário para que as atividades aconteçam, a apresentação do Programa na disciplina de Língua Portuguesa foi realizada por mim Izabel Cristina (coordenadora) e pela Avany (formadora). O resultado do trabalho realizado por alguns municípios, foi entregue aos formadores da UNB através de portifólio para aqueles que optaram por este método de avaliação, enquanto outros serão avaliados através do Blog. Nós de Ariquemes - rede municipal - disciplina de Língua Portuguesa, optamos pelo blog, então o resultado do nosso trabalho está sendo postado no blog gestar2ariquemessemed.blogspot.com, para análise e avaliação dos formadores da UNB, professor Ricardo e professora Aya Ribeiro. O nosso seminário de avaliação do gestar II foi encerrado com uma troca de lembrancinhas entre os professores formadores e coordenadores do Gestar II do estado de Rondônia.
Izabel Cristina de Carvalho
Coordenadora do Gestar II
Rede Municipal de Ariquemes
Coordenadora do Gestar II
Rede Municipal de Ariquemes
Relatório do II encontro do Gestar II, realizado na semana de 10 a 14 de agosto de 2009, em Ji-Paraná-RO
O II encontro do Gestar II no estado de Rondônia se deu no município de Ji-Paraná, nas dependências do Hotel Máximus, com início às 08h00min do dia 10 de agosto de 2009. Sonja Andrade, coordenadora do Gestar II no estado, iniciou o encontro dando as boas vindas a todos, cumprimentou os formadores da UNB, Aya Ribeiro, Ricardo e Dionei. Cumprimentou também os formadores dos municípios, a senhora Maranei Coordenadora de Projetos Especiais da SEDUC, Ana Lúcia, Syneide Grall Muller, Representante de Ensino de Ji-Paraná. Participaram das falas no momento de abertura, Maranei, Ana Lúcia e a professora formadora de Língua Portuguesa da UNB Drª Ormezinda Aya Ribeiro.
Para dar início à formação, a professora Aya propôs ao grupo assistirmos o vídeo “O saber e o sabor”. Este momento foi planejado para as três turmas de formadores, duas de Língua Portuguesa e uma de Matemática. “O saber e o sabor” é um vídeo que reúne comentários de educadores de renome como Rubem Alves, Madalena Freire, Ubiratan Ambrózio, Maria Amélia Pereira “Pell”, entre outras personalidades. Neste documentário, eles dão depoimento, sobre suas experiências enquanto educadores e, alguns, as impressões sobre a educação que receberam na infância. O vídeo é uma demonstração clara de que, a educação precisa de coisas que façam sentido na vida das pessoas para que possa ser assimilada. Evidencia que, o aprendizado acontece a medida que o ensinar é feito de forma prazerosa, e que conteúdo não é mais importante do que as relações que se estabelecem dentro da escola, ao contrário, estas são imprescindíveis para que o processo de ensino e aprendizagem aconteça com sucesso. Houve um momento de socialização sobre o vídeo assistido e, logo em seguida os grupos de formadores e coordenadores, foram para suas salas específicas.
Professora Aya trouxe um texto do material de apoio para ser lido pelo grupo, chamado “Lecionei a todos eles”. O texto trás uma reflexão sobre o papel do professor na vida das pessoas, sobre a influência que este exerce sobre as escolhas que cada um faz, sejam elas boas ou ruins. Na sequência, foi proposto a leitura de outro texto que também possui este mesmo teor reflexivo. “A escola Ensina para a vida?”, é o título do segundo texto que complementa a ideia do primeiro. Estes dois textos foram comentados pelos formadores com a mediação da professora Aya, e propiciou que, o ponto de partida dos estudos da semana de formação, fosse feita de uma forma que o grupo pensasse um pouco mais em todo trabalho que desenvolvemos na educação. Refletimos sobre nossa experiência enquanto educadores, compartilhamos nossos acertos, e com alívio vimos que ainda há tempo para corrigir muitos dos nossos erros, antes que a aposentadoria nos faça lembrar para o resto de nossas vidas, quanta inutilidade pregamos para ensinar algo que já está tão fortemente impregnado em nosso dia-a-dia desde que nascemos - a língua.
Antes que iniciássemos a socialização sobre o trabalho de formação do GESTAR II nos municípios do estado de Rondônia, professora Aya passou algumas informações da coordenação do Gestar II para os formadores, mais especificamente a respeito das bolsas. Disse que saiu a resolução que regulamenta, agora falta definir melhor os critérios para o recebimento. Confirmou que o pagamento será feito em dez parcelas e que provavelmente em outubro sairá a primeira. Orientou os formadores novos que estavam substituindo outros que participaram da primeira etapa em Porto Velho, como proceder a partir de agora. A professora ressaltou que não trazia respostas para tudo, mas que os formadores e coordenadores poderiam entrar em contato com a coordenação nacional do Gestar II para serem esclarecidos sobre as possíveis dúvidas.
Durante o tempo de socialização sobre o trabalho do Gestar II nos municípios, pude perceber que no geral, o programa está se desenvolvendo bem. Na rede estadual, em quase todos os municípios, a princípio houve certa resistência dos professores ao programa, porém, foi destacado também, que esta resistência não estava na rejeição ao programa em si, mas sim uma forma de contrapor ao sistema. Entretanto, foi destacado que, fez-se necessário um trabalho de conscientização e convencimento dos professores sobre a importância do programa para eles. O contato pessoal foi essencial para diminuir a oposição que estava sendo feita, contra a realização do programa. Apesar destes contratempos, foi destacado que, já houve muita mudança no comportamento de tais professores. A partir do momento que eles começaram participar das oficinas, perceberam que a proposta do programa era de fato uma proposta viável, que proporciona suporte pedagógico para a prática de sala de aula e segurança no desenvolvimento do trabalho.
Uma das maiores reclamações a respeito da aplicação do programa, reside na dificuldade dos professores cursistas em realizar a leitura do material do Gestar II. Quase a totalidade dos formadores e coordenadores relataram que, os mesmos alegam que a carga horária excessiva de trabalho em sala de aula, é o motivo pelo qual não estão conseguindo realizar as leituras que são necessárias. Outros problemas identificados pela maioria dos formadores e coordenadores também foram: dificuldade dos professores cursistas no registro das atividades e nos relatos destes; dificuldade dos formadores em realizar os plantões pedagógicos; dificuldade dos formadores em criar e alimentar o blog; formadores não liberados para o Gestar; falta de apoio das Representações de Ensino e das Secretarias Municipais de Educação, em alguns municípios, para a realização das oficinas; falta de apoio da coordenação pedagógica e de alguns diretores, quanto à organização da escola para a liberação dos professores para participar das oficinas
Embora tenhamos comentado bastante sobre nossas dificuldades, percebemos que os avanços foram muito maiores. Muitos municípios relataram sobre as parcerias que estão dando certo entre rede municipal e estadual; o esforço dos professores cursistas na realização das atividades, e o reconhecimento de que o Gestar II tem mudado suas práticas; o reconhecimento dos próprios alunos de que o Gestar II tem melhorado a forma dos professores trabalharem, tornando as aulas mais dinâmicas e interessantes. Foi destacado ainda como fator positivo, a participação dos coordenadores pedagógicos e diretores como cursistas do Gestar II. Os formadores relataram que, nas escolas em que os mesmos participam das oficinas, as atividades do Gestar II, têm aproveitamento muito melhor. Outro destaque feito, foi em relação ao atendimento que a professora Aya tem dado aos formadores e coordenadores do Gestar II no estado de Rondônia. Foi enfatizado bastante a atenção dispensada por ela, a agilidade no retorno aos contatos e o carinho com que trata a todos. Este é um fator importante para um curso com esta amplitude, o envolvimento com as pessoas é o diferencial para o sucesso deste como de qualquer programa de formação. Concluímos a socialização das atividades do programa, no segundo dia do encontro, terça-feira, 11 de agosto.
Inciando as atividades dos TPs, tratamos sobre Argumentação e linguagem, proposto na unidade 21 do TP 06. O trabalho da unidade trás os seguintes objetivos: identificar marcas da argumentatividade na argumentação dos textos; identificar e analisar diferentes tipos de argumentos que sustentam uma argumentação textual; reconhecer a qualidade da argumentação textual. A partir dos objetivos da unidade, nos foi solicitado a realização de uma atividade em grupos: a elaboração de um texto argumentativo, tendo por base um dos provérbios expostos em slides. O grupo do qual fiz parte, escolheu o provérbio: “devagar se vai longe”. A elaboração do texto do grupo, foi feita de forma coletiva e, como todos estavam imbuídos no trabalho, dois textos foram produzidos: um dos textos foi identificado como artigo de opinião, e o outro - que produzi individualmente - como memorial. Após a leitura de vários provérbios e ditados populares, como exemplo de texto argumentativo, realizamos a atividade 2, respondendo às questões 1 a 4, da TP 06, página 38 e socializamos com o grupo.
Na sequência, passamos a estudar a unidade 22 do TP 06: produção textual - planejamento e escrita. O trabalho com esta unidade possui os seguintes objetivos: apresentar elementos de reflexão e estratégias relacionados ao planejamento de textos; identificar estratégias que podem ser utilizadas para o planejamento e a escrita de textos; desenvolver atividades de planejamento e escrita, considerando a construção e revisão textual. A atividade proposta para o estudo da unidade, foi responder as questões A a I das páginas 78 e 79 do TP 06, a partir das leituras dos textos das páginas 76 a 78.
Em nosso terceiro dia de encontro, 12 de agosto quarta-feira, a professora Aya apresentou para o grupo, modelo de oficina de leitura e produção de texto OTP: passos das oficinas de leitura e de produção de textos, a criação de situações de uso da linguagem, o objetivo e a importância deste trabalho. Apresentou ainda o trabalho de formação em oficinas de textos oficiais, aplicado para os funcionários dos ministérios em Brasília. Este conteúdo, está presente dentro da unidade 23 do TP 06: o processo de revisão textual - revisão e edição. Os objetivos desta unidade são: identificar parâmetros de avaliações necessários ao desenvolvimento da estapa de revisão; identificar os elementos necessários ao desenvolvimento da etapa de edição; produzir atividade de revisão e de edição da escrita para seus alunos.
Realizamos o estudo sobre revisão e correção de texto com o objetivo de demonstrar o que deve ser levado em consideração no momento da reescrita e correção. A proposta de trabalho da atividade, foi apresentada com objetivo de fazer o grupo observar os erros, e sugerir de que forma poderiam ser corrigidos, retirando as ambiguidades. Para isso, foram apresentados slides, com frases publicadas em jornais e avisos paroquiais. Assistimos também a dois vídeos, um com demonstração de pleonasmos e outro chamado “Plantão policial” enfatiza de forma bem humorada, “erros” recorrentes no uso oral da Língua Portuguesa.
Na atividade seguinte, foi proposto ao grupo, ampliar coletiva e gradativamente a frase - trava língua - “O rato roeu a roupa do rei de Roma, acrescentando classes gramaticais, atentando para o uso dos conectores . Em seguida, assistimos um vídeo do you tube, uma entrevista que o Jô Soares fez com Chico Anísio, na qual o mesmo declamou um texto de sua autoria, chamado “Mundo Moderno”, sendo todas as palavras do texto, inciadas com a letra M. A professora Aya comentou com o grupo que, vídeos como este sejam passados para os alunos, para estimular a elaboração textos. A próxima atividade desenvolvida, foi para introduzir a unidade 1 do TP 1, que possui por objetivo: relacionar, língua e cultura; identificar os principais dialetos do Portugues; identificar os principais registros do Português. Para realizar esta atividade, as duas turmas de Língua Portuguesa foram convidadas a assistir o filme “Língua, Vidas em Português”. O filme trás um documentário sobre o Português falado em diversos lugares: Índia, Moçambique, Brasil, China, Japão. Trás ainda muito forte, a afetividade da Língua Portuguesa, a necessidade do pertencimento e de reafirmação da identidade e de convivência com os semelhantes. Trás também a preocupação com a globalização e a perda das identidades, o consumismo, a moda. Escritores de renome como José Saramago, João Ubaldo Ribeiro, aparecem no documentário dando suas contribuições a respeito do tema enfatizando a influência da Língua na cultura e vice versa.
Em seguida foram desenvolvidas atividades relacionadas à unidade 2 do TP 1, que trás os seguintes objetivos: Caracterizar a norma culta; caracterizar a linguagem literária; caracterizar a lingua oral e língua escrita. Foi passado um slide com a história em quadrinho “Chico o orador da turma”, que traduz um pouco daquilo que deveria ser objeto de estudo na unidade. O discurso do Chico Bento na história, demonstra seu poder de argumentação e como isso é importante no processo de comunicação, independente da variante linguística utilizada.
Vários outros slides sobre variação linguística foram passados, demonstrando através de texto, as diferentes formas de produção, relacionando com o nível sócio-cultural de quem escreve. O ditado popular “Rapadura é doce, mas não é mole não”, foi mais um dos exemplos apresentados. Este mesmo texto, foi escrito de forma totalmente diferente, passando da variante popular - pessoas sem escolarização - à norma culta padrão - dominada por pessoas que possuem doutorado. Para encerrar os trabalhos do dia, foi lido o texto “O fax do Nirso”. A partir da leitura do texto, foi comentado que, embora a forma de comunicar do Nirso não fosse a mais aceitável socialmente, os resultados do trabalho que ele apresentou para seus chefes era superior aos outros que conseguiam se comunicar de forma “correta”. Ficou evidente desta forma, que a norma culta padrão deve estar ao alcance de todos, porém aqueles que não tiveram acesso a ela, ou que não conseguem fazer uso desta, devem ser igualmente respeitados, pois, o importante é que a comunicação se estabeleça entre os pares, de forma compreensível.
No dia 13 de agosto, iniciamos os estudos com uma atividade proposta ainda no dia anterior, a partir do filme assistido e das leituras realizadas em slide. A tarefa foi, em grupo, redigir um texto argumentativo, abordando a questão das relações entre língua, cultura e práticas sociais. O grupo pelo qual participei, simulou um bilhete supostamente elaborado por um aluno. O bilhete apresentava um pequeno texto, em que o aluno argumenta com a professora, sobre a produção escrita solicitada por ela. Este texto suscitou muitos comentários, controvérsias e proporcionou um bom debate sobre como trabalhar na escola a variação linguística, a postura do professor frente a necessidade da correção dos textos dos alunos e os vários fatores que interferem neste processo. Outra atividade desenvolvida foi a observação de um texto em slide chamado “carta do Alfredão” e outro chamado “resposta do Bertolino”, e a discussão dos problemas de comunicação que ocorreram entre os interlocutores por não partilharem do mesmo código.
Na sequência, iniciamos o estudo sobre a unidade 3 - O texto como centro das experiências no ensino da língua - do TP 1, que têm por objetivo: conceituar texto; indicar as razões do estudo prioritário dos textos no ensino/aprendizagem de línguas; reconhecer os diferentes pactos de leitura. Para trabalhar estes conceitos, nos foi apresentado slides com figura e fundo, a história do gato feio, também a leitura como cruzamento entre uma rede de significado e de imaginação. O estudo da unidade 4, nos trouxe a temática sobre intertextualidade, com foco nos seguintes objetivos: identificar os traços da intertextualidade em nossa interação cotidiana; identificar vários tipos de intertextualidade; identificar os pontos de vista nas diversas interações humanas. Foi discutido como realizar a intertextualidade, os tipos de intertextualidade. Alguns comentários deram conta de que um texto, é produto de outro, que o intertexto não é só aquilo que foi convencionado. Ex; uma charge de jornal implica o conhecimento das notícias do dia. A leitura de um romance, conto ou crônica, aponta para outras obras, muitas vezes de forma implícita. Para trabalhar estes conceitos, vimos vários textos em slides, realizando a intertextualidade através da leitura de mundo que cada um é capaz de fazer.
Ainda em relação à intertextualidade, foi apresentado o texto do livro “O carteiro chegou”. Este livro realiza a intertextualidade entre as histórias infantis, quando o personagem principal - o carteiro - passa por todas as histórias, entregando correspondência para os personagens principais. Em seguida, fomos convidados a produzir uma história usando o mesmo recurso do livro “O carteiro chegou”, fazendo alusão à histórias da literatura infantil. O grupo do qual participei, produziu uma história chamada: “ Alice em um novo país das maravilhas”. Nesta história, Alice visita em sonho, vários personagens de histórias infantis e folclóricos do Brasil: Emília e Visconde de Sabugosa do sítio do Pica-Pau Amarelo, O Boto Rosa, Negrinho do Pastoreio e Curupira. Realizamos a socialização de todos os textos produzidos pelos grupos. A partir desta atividade, foram produzidas coletivamente, belas histórias de aventuras e diversão, que com certeza servem de referência para a realização de um trabalho de criação intertextual.
Finalizando encontro, foi aberto um espaço para avaliação escrita. O grupo teve a oportunidade de avaliar o desenvolvimento dos trabalhos como um todo: a parte de logística, metodológica, os materiais utilizados, o desempenho da formadora, entre outros. A avaliação que fiz do encontro foi bastante positiva. O ambiente estava confortável, o material disponibilizado muito rico e a condução foi bem feita pela professora Ormezinda Aya. Os formadores e coordenadores voltaram para seus municípios com as energias renovadas e muito motivados para continuar o trabalho do programa. Após uma semana de trabalho intenso, de muitas aprendizagens e trocas de experiências, encerramos nossas atividades, com o convite para retornarmos em novembro para nossa última etapa de formação presencial, com os formadores e coordenadores do Gestar II do estado de Rondônia.
Ariquemes, 02 de setembro de 2009.
Izabel Cristina de Carvalho
Coordenadora do Gestar II
Rede Municipal de Ariquemes
Coordenadora do Gestar II
Rede Municipal de Ariquemes
RELATÓRIO DO CURSO DE FORMAÇÃO DO GESTAR II, REALIZADO EM PORTO VELHO, NA SEMANA DE 30 DE MARÇO A 03 DE ABRIL DE 2009.
O curso de formação iniciou-se na manhã do dia 30 de março às 08h00min. no auditório do hotel Rondon Pálace. Na ocasião, foi composta a mesa do cerimonial, com as autoridades presentes, os técnicos do Ministério da Educação, representantes da Universidade Federal de Brasília – UNB – e coordenação do Gestar II estadual. Após as falações a mesa foi desfeita e a Srª Paola Maluceli Lins, representante da Secretaria de Educação Básica, ao assumir a fala, fez uma explanação sobre a nova formatação que o Gestar II recebeu nos 25 estados do país onde está implantado.
A Srª Ana Paula da UNB, também falou sobre a parceria com o programa Gestar. e a Srª Sonja Andrade coordenadora estadual do Gestar , também fez uma explanação sobre a história do Gestar no estado de Rondônia. Finalizando este momento, os participantes se dirigiram às salas, onde o curso de fato aconteceu. Participei neste encontro, enquanto coordenadora do programa no Sistema Municipal de Ensino de Ariquemes. Os coordenadores do programa nos municípios, foram orientados a optarem para participarem de uma das oficinas de língua portuguesa ou na oficina de matemática, então optei pela oficina de língua portuguesa. O grupo foi coordenado pela professora Doutora Ormezinda Maria Ribeiro – Aya, como gosta de ser chamada - sociolinguísta e professora da Universidade federal de Brasília, autora do livro “Janelas em construção da leitura”.
No primeiro momento, professora Aya fez uma breve explanação sobre o funcionamento do Gestar II, porém tranqüilizou o grupo enfatizando que as dúvidas seriam esclarecidas durante a semana de curso e pediu que o grupo desse a ela um tempo, até a quarta-feira para ir aos poucos conversando sobre como se dará esse processo de efetivação do curso nos municípios. Explicou a princípio que, até o retorno no mês de julho ou agosto, os cadernos de teoria e prática – TPs – 2, 3 e 4 deverão ser desenvolvidos nas oficinas com os cursistas em cada município. Explicou também os motivos pelos quais a formação deveria iniciar pelo TP 3 ao invés do 1. Segundo a mesma o TP 3, trás os gêneros textuais como foco. Ele dá o norte ao programa. Questionada sobre como seria a avaliação diagnóstica, a professora Ormezinda respondeu que é opção de cada município aplicar ou não esta avaliação, não é obrigatória. Respondeu também sobre a carga horária presencial do curso para os professores formadores e coordenadores do programa. Serão ao todo 300 horas de curso, sendo 96 horas presenciais e 204 horas não presenciais. As 96 horas presenciais serão realizadas em três etapas, duas de 40 e uma de 16 horas. A formação dos professores cursistas compreende também 300 horas, sendo 120 presenciais e 180 horas à distância.
A certificação dos formadores de língua portuguesa e matemática e coordenadores do programa nos municípios, será emitada pela UNB e, para tal os mesmos deverão ter frequência mínima de 75% na formação presencial, entregar as atividades solicitadas pelos formadores da UNB e obter nota 7,0 nas atividades desenvolvidas. A certificação dos professores cursistas nos municípios será emitida por cada Secretaria Municipal/Estadual de Educação.
Professora Ormezinda explicou que o material que o formador trabalhará, são os 6 cadernos de TEORIA E PRÁTICA – TPs – e 6 AAAs que são os cadernos de Apoio a Aprendizagem ao Aluno. Exclareceu que, embora os AAAs sejam cadenos de apoio a aprendizagem ao aluno, estes são de uso do professor cursista, e não deve ser entregue aos alunos. Eles servirão como subsídio para o trabalho do professor em sala de aula.
Terminado este momento de exclarecimentos, passamos a discussão propriamente dita sobre o caderno TP 3. A professora iniciou expondo que todo discurso é expresso através dos gêneros. Apresentou o e-mail como um gênero emergente. Foi proposta uma atividade de leitura do texto 09, unidade 09 do TP 03. Solicitou que fossem formados 6 grupos para realizar a primeira atividade. Cada um deveria realizar uma tarefa distinta, de acordo com o texto lido: um grupo deveria elaborar um texto vendendo a casa de que tratava no texto, outro deveria escrever alugando a casa, outro comprando, outro assaltando, outro invadindo e outro realizando o tombamento da casa.
Na realização desta atividade os grupos utilizaram-se de gêneros como: Classificado de jornal, anúncio, crônica, plano, prosa, entre outros. Ficou claro, que o gênero escolhido tinha relação direta com a finalidade de quem estava escrevendo e para quem se estava escrevendo, ou seja, o que determina um gênero é para quem ele se destina, aonde será veículado, e qual o objetivo. Esta atividade também evidenciou a diferença entre tipo e gênero textual. Compõem os gêneros, tipos como: os narrativos, descritivos, instrutivos, discursivos, instrucionais, expositivos, dissertativos, argumentativos, injutivos, de acordo com o domínio discursivo.
Alguns gêneros foram apresentados: Horóscopo, poema, prosa, prefácio, e-mail, folder, sentença, parlenda, anúncio, classificados, receitas, bula, listas telefônicas, carta comercial, história em quadrinhos, sermão, piada e outros.Professora Ormezinda explicou que a Pichação também é um gênero textual. Sobre intergenericidade, disse que, significa um gênero imbricado com outro, um gênero em função do outro.
No dia 31 de março o encontro iniciou pela manhã com a apresentação pela professora de um texto de opinião e em seguida exemplificou alguns modos de escrita como os cacófatos, que são a combinação de palavras, que ao serem pronunciadas podem dar um sentido pejorativo, obsceno ou mesmo engraçado: Ex: “Eu caminha cumade cadela”. Foi apresentado um texto de opinião da professora Ormezinda, utilizando-se de cacofonias. Outro modo de escrita interessante também apresentado foram os palíndromos, que são palavras ou frases que lidos de forma espelhada possui a mesma pronúncia do modo convencional. Ex:“ radar, reler”. Para exemplificar melhor sobre o assunto, foi lido um texto da mesma professora, chamado: “Palíndromos: uma história para se espelhar”.
Foram desenvolvidos os temas da unidade 10, e apresentado um texto em slide chamado Tango: passional. Esta foi mais uma atividade para trabalhar aspectos semânticos que sintetizam a narrativa. Em seguida foi solicitado aos grupos que fizessem outro texto com os mesmos aspectos do texto ora apresentado, porém com outra narrativa e ritmo. O grupo que participei elaborou o texto “Carimbó do Boto Rosa”, que tinha como personagens a Gracinha do Madeira, o Amâncio do Jaleco Branco e o Maurício do Terno Rosa. Nos estudos da unidade 11 do TP 03, atividade 3, prosa e verso, foi lido o Poema a pesca, caracterizado como dissertativo.
Foi solicitado aos grupos que reescrevessem outro texto a partir do texto lido, em prosa narrativa, descritiva, injutiva ou dissertativa. O grupo 1, do qual participei, elaborou uma prosa narrativa ficcional. Para isso fizemos uma intertextualidade com o texto elaborado na atividade anterior, ou seja, escrevemos com base no texto “Carimbó do Boto Rosa”. Foi enfatizado sobre as características de cada tipo de texto. O narrativo apresenta uma sequência temporal; o descritivo uma sequência de localização; o expositivo, uma sequência analítica; o argumentativo apresenta sequências contrastivas explícitas e o injutivo, sequências imperativas.
Na unidade 12, tratamos da interrelação entre gêneros e tipos textuais, em que um está intrinsecamente ligado ao outro, um compõe outro. Um exemplo dado da interrelação entre gêneros e tipos textuais foi o gênero bula que é permeado pelos tipos descritivo, injutivo e pode até ser dissertativo. Neste caso específico, esta interrelação é chamada de heterogeneidade tipológica. Também foi tratado sobre intergenericidade, que é a interpenetração de um gênero em outro, constituindo novos gêneros. Sobre suportes textuais, foi explorado a conceituação – locais onde os gêneros circulam - e dado algunas exemplos: outdoor, encarte, folder, luminosos, embalagens, entre outros.
A respeito dos mecanismos linguísticos, destacou-se que são marcas que identificam o gênero com características próprias e que são construídas historicamente. Ex: no início de um texto de gênero conto, “Era uma vez...”, início de uma carta, “Prezado amigo”. Em relação ao domínio discursivo foi enfatizado que é o momento em que os gêneros podem atuar. Neste sentido ficou compreendido que domínio discursivo depende do contexto em que determinado texto aparece. Professora Ormezinda questionou se o grupo sabia a diferença entre monografia, dessertação e tese. Explicou que, tudo é monografia, tudo é tese e tudo é dissertação. A diferença é que na graduação chamamos monografia, na especialização chamamos dissertação e no doutorado chamamos tese, ou seja, depende do contexto.
A professora fez uma fala sobre o que é um memorial. Explicou que, ele é um texto narrativo, que contempla a trajetória de quem o escreve e solicitou que o grupo faça um para ser entregue no próximo encontro do Gestar II. Este deverá ser um memorial de leitura, em que cada um redigirá sobre suas referências iniciais de leitura e alfabetização, suas memórias sobre o contato com os textos na infância. Expôs ainda sobre outras tarefas que deverão ser desenvolvidas e entregues no próximo encontro: Portifólio – roteiro para sua composição – painel sobre o que ocorreu no Gestar II no município, relato das atividades da semana presencial – 40 horas de estudo, que deverá integrar o portifólio, e auto-avaliação.
Logo após, fez a apresentação em data show do TP 4, unidade 13 e finalizou o segundo dia de encontro informando ao grupo, que no dia seguinte assitiríamos o filme “Narradores de Javé”, para adentrar nas discussões sobre unidade 13, que trás os objetivos: os usos e funções da escrita, relação entre letramento e as práticas da cultura local, produção de atividades escritas, considerando a cultura local, a regional e nacional.
Como havia sido proposto, na manhã do dia 01 de abril, iniciamos os trabalhos assistindo o filme. Porém antes, a professora orientou que anotássemos à medida que aparecessem principalmente as formas características do falar popular. O filme “Narradores de Javé”, conta a saga do povoado de Vale do Javé. Um vilarejo de pessoas analfabetas e semi-analfabetas, ameaçado de sumir do mapa, invadido pelas águas em função da construção de uma hidrelétrica. A única alternativa para livrar o povoado deste destino seria a elaboração de um documento “científico” para ser entregue às autoridades, elevando o Vale do Javé a patrimônio histórico e cultural. A única pessoa capaz de realizar tal feito na cidade seria o ex carteiro Antônio Biá, que havia sido praticamente expulso do povoado, devido ter enganado os moradores enviando cartas em nome dos mesmos na tentativa de salvar seu emprego, ameaçado pela falta de atividade do correio, uma vez que, sendo analfabetas, as pessoas não poderiam escrever cartas.
A tarefa de Antônio Biá neste episódio, seria fazer o registro escrito da história de Vale do Javé, e elaborar este documento de forma científica. Antônio Biá iniciou seu trabalho de pesquisa, ouvindo os relatos das pessoas, no entanto não fazia os registros escritos. Muitas eram as histórias contadas, porém, cada pessoa dava sua versão, de acordo com seu ponto de vista. O filme possui um enredo bem divertido. São muitos os aspectos da linguagem abordados. Apesar de todo esforço das pessoas em narrar os acontecimentos, no intuito de salvar das águas aquele lugar, ao final, Antônio Biá nada registrou daquelas histórias. Para ele, aquelas histórias não tinham significado, não havia vínculo com aquele lugar e o resultado foi que, o documento não foi elaborado, a hidrelétrica foi construída, e as águas invadiram o povoado de Vale do Javé.
No momento em que Antônio Biá, viu o povoado tomado pelas águas, e as pessoas saindo sem rumo em busca de outro lugar para se abrigar, aí então ele se sensibilizou com a situação e naquela hora ele decidiu escrever a história do Vale do Javé. Esta história deixou uma mensagem muito forte, sobre a importância da alfabetização e do letramento na vida das pessoas. Após longo debate sobre o filme, a professora propôs a realização de uma sequência didática para ser aplicada para os alunos, a partir do filme. A sequência didática deveria constar tema, objetivo, para que série/ano deveria ser aplicada, carga horária metodologia. O grupo do qual participei escolheu o tema: “A importância da oralidade e da escrita”. O objetivo proposto para a atividade seria: perceber a importância da linguagem oral, refletir sobre o papel da linguagem oral, promover leitura, análise e produção textual, tendo como base o fime “Narradores de Javé”. O grupo de alunos escolhido foi do 8º ano.
Na unidade 15 do TP 4 foi proposto a leitura de um texto, chamado “A expansão da pobreza nas cidades”. A partir da leitura, os grupos deveriam elaborar questões relacionadas com texto, da seguinte forma: A ) perguntas claras apresentadas no texto – diretas. B) que exigem do leitor uma busca mais cuidadosa – inferência. C) Resposta pessoal, baseada em valores e percepção de mundo. D) Gosto pessoal, preferências e aversões. E) Intertextualidade. Os grupos realizaram esta atividade e socializaram com o grupão.
Na manhã do dia 02 – quinta-feira – foi realizada a atividade 12 da unidade 16, texto de Clarice Casado: “Minhas não férias”. A professora abriu um espaço para socialização das indicações de livros, entre os citados estão: 1- “Minhas férias por uma linha parágrafo; 2- “Quando eu voltar a ser criança”( autor Januz Korczak); 3-Práticas de letramento no ensino - leitura, escrita e discurso - , editora Parábola; 4- Alfabetizar e letrar, um diálogo entre teoria e a prática, editora Vozes, autora Marlene Carvalho; 5- Integração de crianças de 6 anos ao Ensino Fundamental, editora Parábola.
Realizamos a atividade 13, de emprego de palavras desconhecidas para a elaboração de um texto. A professora passou algumas palavras para a elaboração deste texto, sendo que, muitas delas eram completamente desconhecidas. No entanto deveríamos dar conta de um significado para elas. Cada grupo poderia utilizar-se de qualquer gênero. O grupo pelo qual participei elaborou dois texto, um com o gênero carta e outro em poema. Ao final da atividade, cada grupo socializou seu texto, e a professora deu o significado de cada palavra para que os grupos comparassem com o significado dado pelo grupo. Foi feita ainda leituras de textos como: “o relógio azangado” e do texto “palavras são palavras”. Estes textos apresentam trocadilho nas palavras.
Após concluirmos os estudos da unidade 16, passamos à socialização dos objetivos do TP 17: compreender a noção de estilo no domínio da linguagem e o objetivo da estilística; reconhecer alguns recursos expressivos ligados ao som e à palavra; relacionar os discursos direto, indireto e livre a alguns recursos expressivos da frase e da enunciação. Para iniciar o tema a professora propôs a leitura de um texto do material de apoio, que aborda um determinado tema sob diferentes estilos. A partir desta leitura, pediu que fossem formadas duplas para elaborar outro texto com um estilo diferente daqueles já visto na leitura anterior. Ex: estilo Cid Moreira, Faustão, Gil Gomes, Geraldo Luiz, Tiririca, Romário, Lula, Galvão Bueno, Arnaldo César Coelho, Hebe Camargo, Silvio Santos, Luciana Gimenez, Xuxa, Luciano Huck.Cada dupla fez um texto que foi socializado para todos, identificando as principais características de cada um.
Em seguida, a professora fez a leitura do poema de Ferreira Gullart, chamado “Traduzi-se”. Apresentou também o mesmo poema, interpretado musicalmente, por Fagner e Chico Buarque, e ainda por Adriana Calcanhoto. Outro poema musicado apresentado foi o poema “Metade”, interpretado por Osvaldo Montenegro. A atividade proposta a partir destes poemas foi, cada um deveria traduzir-se em linguagem não verbal. Para isso, recebemos papel, e lápis de cor para transpor para o papel através de desenho, de que forma cada qual se vê. Este foi um momento muito marcante. Falar de si mesmo, é uma tarefa bastante difícil, que poucos gostam, no entanto quando fazemos geralmente nos emocionamos, e foi o que aconteceu. Acredito que foi um momento de reencontro, em que cada um pode se vê, como se olhasse num espelho, e fazer uma reflexão sobre quem somos.
Chegando ao final de nosso curso, na manhã do dia 03 de abril, sexta-feira, nos foi apresentado os objetivos da unidade 18 do TP 4: 1) Caracterizar a coerência na interrelação entre textos verbais e não verbais; 2) Verificar como se constrói a coerência nos textos; 3) Analisar como se estabelece unidade de sentidos em um texto.
Foi apresentado para análise, um texto chamado “Coisas Típicas do Brasil”, em que o autor – Jô Soares – relaciona coisas que são típicas do Brasil, porém todas as palavras do texto são estrangeiras ou pelo menos tem origem estrangeira. A professora questionou se esta forma de escrever a relação de coisas seria mesmo um texto ou um amontoado de palavras? Neste caso explicou que é um texto, pois, cumpriu a finalidade de fazer humor. Qualquer pessoa consegue compreender o que ele quis dizer. Isso significa que um texto pode ter coesão e não ter coerência, e pode ter coerência e não precisar de termos coesivos, como é o caso do texto que foi exemplificado. Isso depende de quem escreve, para quem escreve, com que finalidade escreve. Outro texto que a professora trouxe como exemplo foi o texto “Rodeio”. Este, no entanto, teve a finalidade de explicar conceitos de hiperonímia.
Para tratarmos os objetivos da unidade 20: 1)Identificar relações lógicas de temporalidade e de identidade, na construção de sentidos do texto; 2) Analisar efeitos de sentido decorrente da negação; 3) Analisar relações lógicas de construção de significados implícitos na leitura e na produção de texto, foi sugerido uma atividade de ordenação de frases do texto: “Uma história sem pé nem cabeça”. Após este momento a professora Ormezinda juntamente com os formadores dos municípios, criou o blog do gestar II. A mesma explicou que o blog deverá ser alimentado pelas atividades de grupo que foram desenvolvidas durante este encontro presencial, e pelas atividades desenvolvidas pelo programa nos municípios. O endereço para entrar no blog ficou da seguinte forma: gestar2ro.blogspot.com.
Professora Ormezinda expôs para o grupo que todos os estados pelos quais ela trabalhou a formação, foi feito um hino para o gestar II e sugeriu ao grupo a elaboração do hino do gestar II de Rondônia. O grupo decidiu fazer uma paródia do hino de Rondônia, o construímos de forma coletiva. Em seguida foi aberto um espaço para responder a avaliação do encontro, antes de sairmos para a palestra da professora Ormezinda. E para encerrar o encontro de formação, todos os grupos foram convidados a participar da palestra com o tema: Ri por melhor quem ri na escola. O encontro encerrou às 17h50min com todos os formadores cantando o hino do Gestar II de Rondônia.
A Srª Ana Paula da UNB, também falou sobre a parceria com o programa Gestar. e a Srª Sonja Andrade coordenadora estadual do Gestar , também fez uma explanação sobre a história do Gestar no estado de Rondônia. Finalizando este momento, os participantes se dirigiram às salas, onde o curso de fato aconteceu. Participei neste encontro, enquanto coordenadora do programa no Sistema Municipal de Ensino de Ariquemes. Os coordenadores do programa nos municípios, foram orientados a optarem para participarem de uma das oficinas de língua portuguesa ou na oficina de matemática, então optei pela oficina de língua portuguesa. O grupo foi coordenado pela professora Doutora Ormezinda Maria Ribeiro – Aya, como gosta de ser chamada - sociolinguísta e professora da Universidade federal de Brasília, autora do livro “Janelas em construção da leitura”.
No primeiro momento, professora Aya fez uma breve explanação sobre o funcionamento do Gestar II, porém tranqüilizou o grupo enfatizando que as dúvidas seriam esclarecidas durante a semana de curso e pediu que o grupo desse a ela um tempo, até a quarta-feira para ir aos poucos conversando sobre como se dará esse processo de efetivação do curso nos municípios. Explicou a princípio que, até o retorno no mês de julho ou agosto, os cadernos de teoria e prática – TPs – 2, 3 e 4 deverão ser desenvolvidos nas oficinas com os cursistas em cada município. Explicou também os motivos pelos quais a formação deveria iniciar pelo TP 3 ao invés do 1. Segundo a mesma o TP 3, trás os gêneros textuais como foco. Ele dá o norte ao programa. Questionada sobre como seria a avaliação diagnóstica, a professora Ormezinda respondeu que é opção de cada município aplicar ou não esta avaliação, não é obrigatória. Respondeu também sobre a carga horária presencial do curso para os professores formadores e coordenadores do programa. Serão ao todo 300 horas de curso, sendo 96 horas presenciais e 204 horas não presenciais. As 96 horas presenciais serão realizadas em três etapas, duas de 40 e uma de 16 horas. A formação dos professores cursistas compreende também 300 horas, sendo 120 presenciais e 180 horas à distância.
A certificação dos formadores de língua portuguesa e matemática e coordenadores do programa nos municípios, será emitada pela UNB e, para tal os mesmos deverão ter frequência mínima de 75% na formação presencial, entregar as atividades solicitadas pelos formadores da UNB e obter nota 7,0 nas atividades desenvolvidas. A certificação dos professores cursistas nos municípios será emitida por cada Secretaria Municipal/Estadual de Educação.
Professora Ormezinda explicou que o material que o formador trabalhará, são os 6 cadernos de TEORIA E PRÁTICA – TPs – e 6 AAAs que são os cadernos de Apoio a Aprendizagem ao Aluno. Exclareceu que, embora os AAAs sejam cadenos de apoio a aprendizagem ao aluno, estes são de uso do professor cursista, e não deve ser entregue aos alunos. Eles servirão como subsídio para o trabalho do professor em sala de aula.
Terminado este momento de exclarecimentos, passamos a discussão propriamente dita sobre o caderno TP 3. A professora iniciou expondo que todo discurso é expresso através dos gêneros. Apresentou o e-mail como um gênero emergente. Foi proposta uma atividade de leitura do texto 09, unidade 09 do TP 03. Solicitou que fossem formados 6 grupos para realizar a primeira atividade. Cada um deveria realizar uma tarefa distinta, de acordo com o texto lido: um grupo deveria elaborar um texto vendendo a casa de que tratava no texto, outro deveria escrever alugando a casa, outro comprando, outro assaltando, outro invadindo e outro realizando o tombamento da casa.
Na realização desta atividade os grupos utilizaram-se de gêneros como: Classificado de jornal, anúncio, crônica, plano, prosa, entre outros. Ficou claro, que o gênero escolhido tinha relação direta com a finalidade de quem estava escrevendo e para quem se estava escrevendo, ou seja, o que determina um gênero é para quem ele se destina, aonde será veículado, e qual o objetivo. Esta atividade também evidenciou a diferença entre tipo e gênero textual. Compõem os gêneros, tipos como: os narrativos, descritivos, instrutivos, discursivos, instrucionais, expositivos, dissertativos, argumentativos, injutivos, de acordo com o domínio discursivo.
Alguns gêneros foram apresentados: Horóscopo, poema, prosa, prefácio, e-mail, folder, sentença, parlenda, anúncio, classificados, receitas, bula, listas telefônicas, carta comercial, história em quadrinhos, sermão, piada e outros.Professora Ormezinda explicou que a Pichação também é um gênero textual. Sobre intergenericidade, disse que, significa um gênero imbricado com outro, um gênero em função do outro.
No dia 31 de março o encontro iniciou pela manhã com a apresentação pela professora de um texto de opinião e em seguida exemplificou alguns modos de escrita como os cacófatos, que são a combinação de palavras, que ao serem pronunciadas podem dar um sentido pejorativo, obsceno ou mesmo engraçado: Ex: “Eu caminha cumade cadela”. Foi apresentado um texto de opinião da professora Ormezinda, utilizando-se de cacofonias. Outro modo de escrita interessante também apresentado foram os palíndromos, que são palavras ou frases que lidos de forma espelhada possui a mesma pronúncia do modo convencional. Ex:“ radar, reler”. Para exemplificar melhor sobre o assunto, foi lido um texto da mesma professora, chamado: “Palíndromos: uma história para se espelhar”.
Foram desenvolvidos os temas da unidade 10, e apresentado um texto em slide chamado Tango: passional. Esta foi mais uma atividade para trabalhar aspectos semânticos que sintetizam a narrativa. Em seguida foi solicitado aos grupos que fizessem outro texto com os mesmos aspectos do texto ora apresentado, porém com outra narrativa e ritmo. O grupo que participei elaborou o texto “Carimbó do Boto Rosa”, que tinha como personagens a Gracinha do Madeira, o Amâncio do Jaleco Branco e o Maurício do Terno Rosa. Nos estudos da unidade 11 do TP 03, atividade 3, prosa e verso, foi lido o Poema a pesca, caracterizado como dissertativo.
Foi solicitado aos grupos que reescrevessem outro texto a partir do texto lido, em prosa narrativa, descritiva, injutiva ou dissertativa. O grupo 1, do qual participei, elaborou uma prosa narrativa ficcional. Para isso fizemos uma intertextualidade com o texto elaborado na atividade anterior, ou seja, escrevemos com base no texto “Carimbó do Boto Rosa”. Foi enfatizado sobre as características de cada tipo de texto. O narrativo apresenta uma sequência temporal; o descritivo uma sequência de localização; o expositivo, uma sequência analítica; o argumentativo apresenta sequências contrastivas explícitas e o injutivo, sequências imperativas.
Na unidade 12, tratamos da interrelação entre gêneros e tipos textuais, em que um está intrinsecamente ligado ao outro, um compõe outro. Um exemplo dado da interrelação entre gêneros e tipos textuais foi o gênero bula que é permeado pelos tipos descritivo, injutivo e pode até ser dissertativo. Neste caso específico, esta interrelação é chamada de heterogeneidade tipológica. Também foi tratado sobre intergenericidade, que é a interpenetração de um gênero em outro, constituindo novos gêneros. Sobre suportes textuais, foi explorado a conceituação – locais onde os gêneros circulam - e dado algunas exemplos: outdoor, encarte, folder, luminosos, embalagens, entre outros.
A respeito dos mecanismos linguísticos, destacou-se que são marcas que identificam o gênero com características próprias e que são construídas historicamente. Ex: no início de um texto de gênero conto, “Era uma vez...”, início de uma carta, “Prezado amigo”. Em relação ao domínio discursivo foi enfatizado que é o momento em que os gêneros podem atuar. Neste sentido ficou compreendido que domínio discursivo depende do contexto em que determinado texto aparece. Professora Ormezinda questionou se o grupo sabia a diferença entre monografia, dessertação e tese. Explicou que, tudo é monografia, tudo é tese e tudo é dissertação. A diferença é que na graduação chamamos monografia, na especialização chamamos dissertação e no doutorado chamamos tese, ou seja, depende do contexto.
A professora fez uma fala sobre o que é um memorial. Explicou que, ele é um texto narrativo, que contempla a trajetória de quem o escreve e solicitou que o grupo faça um para ser entregue no próximo encontro do Gestar II. Este deverá ser um memorial de leitura, em que cada um redigirá sobre suas referências iniciais de leitura e alfabetização, suas memórias sobre o contato com os textos na infância. Expôs ainda sobre outras tarefas que deverão ser desenvolvidas e entregues no próximo encontro: Portifólio – roteiro para sua composição – painel sobre o que ocorreu no Gestar II no município, relato das atividades da semana presencial – 40 horas de estudo, que deverá integrar o portifólio, e auto-avaliação.
Logo após, fez a apresentação em data show do TP 4, unidade 13 e finalizou o segundo dia de encontro informando ao grupo, que no dia seguinte assitiríamos o filme “Narradores de Javé”, para adentrar nas discussões sobre unidade 13, que trás os objetivos: os usos e funções da escrita, relação entre letramento e as práticas da cultura local, produção de atividades escritas, considerando a cultura local, a regional e nacional.
Como havia sido proposto, na manhã do dia 01 de abril, iniciamos os trabalhos assistindo o filme. Porém antes, a professora orientou que anotássemos à medida que aparecessem principalmente as formas características do falar popular. O filme “Narradores de Javé”, conta a saga do povoado de Vale do Javé. Um vilarejo de pessoas analfabetas e semi-analfabetas, ameaçado de sumir do mapa, invadido pelas águas em função da construção de uma hidrelétrica. A única alternativa para livrar o povoado deste destino seria a elaboração de um documento “científico” para ser entregue às autoridades, elevando o Vale do Javé a patrimônio histórico e cultural. A única pessoa capaz de realizar tal feito na cidade seria o ex carteiro Antônio Biá, que havia sido praticamente expulso do povoado, devido ter enganado os moradores enviando cartas em nome dos mesmos na tentativa de salvar seu emprego, ameaçado pela falta de atividade do correio, uma vez que, sendo analfabetas, as pessoas não poderiam escrever cartas.
A tarefa de Antônio Biá neste episódio, seria fazer o registro escrito da história de Vale do Javé, e elaborar este documento de forma científica. Antônio Biá iniciou seu trabalho de pesquisa, ouvindo os relatos das pessoas, no entanto não fazia os registros escritos. Muitas eram as histórias contadas, porém, cada pessoa dava sua versão, de acordo com seu ponto de vista. O filme possui um enredo bem divertido. São muitos os aspectos da linguagem abordados. Apesar de todo esforço das pessoas em narrar os acontecimentos, no intuito de salvar das águas aquele lugar, ao final, Antônio Biá nada registrou daquelas histórias. Para ele, aquelas histórias não tinham significado, não havia vínculo com aquele lugar e o resultado foi que, o documento não foi elaborado, a hidrelétrica foi construída, e as águas invadiram o povoado de Vale do Javé.
No momento em que Antônio Biá, viu o povoado tomado pelas águas, e as pessoas saindo sem rumo em busca de outro lugar para se abrigar, aí então ele se sensibilizou com a situação e naquela hora ele decidiu escrever a história do Vale do Javé. Esta história deixou uma mensagem muito forte, sobre a importância da alfabetização e do letramento na vida das pessoas. Após longo debate sobre o filme, a professora propôs a realização de uma sequência didática para ser aplicada para os alunos, a partir do filme. A sequência didática deveria constar tema, objetivo, para que série/ano deveria ser aplicada, carga horária metodologia. O grupo do qual participei escolheu o tema: “A importância da oralidade e da escrita”. O objetivo proposto para a atividade seria: perceber a importância da linguagem oral, refletir sobre o papel da linguagem oral, promover leitura, análise e produção textual, tendo como base o fime “Narradores de Javé”. O grupo de alunos escolhido foi do 8º ano.
Na unidade 15 do TP 4 foi proposto a leitura de um texto, chamado “A expansão da pobreza nas cidades”. A partir da leitura, os grupos deveriam elaborar questões relacionadas com texto, da seguinte forma: A ) perguntas claras apresentadas no texto – diretas. B) que exigem do leitor uma busca mais cuidadosa – inferência. C) Resposta pessoal, baseada em valores e percepção de mundo. D) Gosto pessoal, preferências e aversões. E) Intertextualidade. Os grupos realizaram esta atividade e socializaram com o grupão.
Na manhã do dia 02 – quinta-feira – foi realizada a atividade 12 da unidade 16, texto de Clarice Casado: “Minhas não férias”. A professora abriu um espaço para socialização das indicações de livros, entre os citados estão: 1- “Minhas férias por uma linha parágrafo; 2- “Quando eu voltar a ser criança”( autor Januz Korczak); 3-Práticas de letramento no ensino - leitura, escrita e discurso - , editora Parábola; 4- Alfabetizar e letrar, um diálogo entre teoria e a prática, editora Vozes, autora Marlene Carvalho; 5- Integração de crianças de 6 anos ao Ensino Fundamental, editora Parábola.
Realizamos a atividade 13, de emprego de palavras desconhecidas para a elaboração de um texto. A professora passou algumas palavras para a elaboração deste texto, sendo que, muitas delas eram completamente desconhecidas. No entanto deveríamos dar conta de um significado para elas. Cada grupo poderia utilizar-se de qualquer gênero. O grupo pelo qual participei elaborou dois texto, um com o gênero carta e outro em poema. Ao final da atividade, cada grupo socializou seu texto, e a professora deu o significado de cada palavra para que os grupos comparassem com o significado dado pelo grupo. Foi feita ainda leituras de textos como: “o relógio azangado” e do texto “palavras são palavras”. Estes textos apresentam trocadilho nas palavras.
Após concluirmos os estudos da unidade 16, passamos à socialização dos objetivos do TP 17: compreender a noção de estilo no domínio da linguagem e o objetivo da estilística; reconhecer alguns recursos expressivos ligados ao som e à palavra; relacionar os discursos direto, indireto e livre a alguns recursos expressivos da frase e da enunciação. Para iniciar o tema a professora propôs a leitura de um texto do material de apoio, que aborda um determinado tema sob diferentes estilos. A partir desta leitura, pediu que fossem formadas duplas para elaborar outro texto com um estilo diferente daqueles já visto na leitura anterior. Ex: estilo Cid Moreira, Faustão, Gil Gomes, Geraldo Luiz, Tiririca, Romário, Lula, Galvão Bueno, Arnaldo César Coelho, Hebe Camargo, Silvio Santos, Luciana Gimenez, Xuxa, Luciano Huck.Cada dupla fez um texto que foi socializado para todos, identificando as principais características de cada um.
Em seguida, a professora fez a leitura do poema de Ferreira Gullart, chamado “Traduzi-se”. Apresentou também o mesmo poema, interpretado musicalmente, por Fagner e Chico Buarque, e ainda por Adriana Calcanhoto. Outro poema musicado apresentado foi o poema “Metade”, interpretado por Osvaldo Montenegro. A atividade proposta a partir destes poemas foi, cada um deveria traduzir-se em linguagem não verbal. Para isso, recebemos papel, e lápis de cor para transpor para o papel através de desenho, de que forma cada qual se vê. Este foi um momento muito marcante. Falar de si mesmo, é uma tarefa bastante difícil, que poucos gostam, no entanto quando fazemos geralmente nos emocionamos, e foi o que aconteceu. Acredito que foi um momento de reencontro, em que cada um pode se vê, como se olhasse num espelho, e fazer uma reflexão sobre quem somos.
Chegando ao final de nosso curso, na manhã do dia 03 de abril, sexta-feira, nos foi apresentado os objetivos da unidade 18 do TP 4: 1) Caracterizar a coerência na interrelação entre textos verbais e não verbais; 2) Verificar como se constrói a coerência nos textos; 3) Analisar como se estabelece unidade de sentidos em um texto.
Foi apresentado para análise, um texto chamado “Coisas Típicas do Brasil”, em que o autor – Jô Soares – relaciona coisas que são típicas do Brasil, porém todas as palavras do texto são estrangeiras ou pelo menos tem origem estrangeira. A professora questionou se esta forma de escrever a relação de coisas seria mesmo um texto ou um amontoado de palavras? Neste caso explicou que é um texto, pois, cumpriu a finalidade de fazer humor. Qualquer pessoa consegue compreender o que ele quis dizer. Isso significa que um texto pode ter coesão e não ter coerência, e pode ter coerência e não precisar de termos coesivos, como é o caso do texto que foi exemplificado. Isso depende de quem escreve, para quem escreve, com que finalidade escreve. Outro texto que a professora trouxe como exemplo foi o texto “Rodeio”. Este, no entanto, teve a finalidade de explicar conceitos de hiperonímia.
Para tratarmos os objetivos da unidade 20: 1)Identificar relações lógicas de temporalidade e de identidade, na construção de sentidos do texto; 2) Analisar efeitos de sentido decorrente da negação; 3) Analisar relações lógicas de construção de significados implícitos na leitura e na produção de texto, foi sugerido uma atividade de ordenação de frases do texto: “Uma história sem pé nem cabeça”. Após este momento a professora Ormezinda juntamente com os formadores dos municípios, criou o blog do gestar II. A mesma explicou que o blog deverá ser alimentado pelas atividades de grupo que foram desenvolvidas durante este encontro presencial, e pelas atividades desenvolvidas pelo programa nos municípios. O endereço para entrar no blog ficou da seguinte forma: gestar2ro.blogspot.com.
Professora Ormezinda expôs para o grupo que todos os estados pelos quais ela trabalhou a formação, foi feito um hino para o gestar II e sugeriu ao grupo a elaboração do hino do gestar II de Rondônia. O grupo decidiu fazer uma paródia do hino de Rondônia, o construímos de forma coletiva. Em seguida foi aberto um espaço para responder a avaliação do encontro, antes de sairmos para a palestra da professora Ormezinda. E para encerrar o encontro de formação, todos os grupos foram convidados a participar da palestra com o tema: Ri por melhor quem ri na escola. O encontro encerrou às 17h50min com todos os formadores cantando o hino do Gestar II de Rondônia.
Ariquemes, 14 de abril de 2009.
Izabel Cristina de Carvalho
Coordenadora do Gesta II
Sistema Municipal
Coordenadora do Gesta II
Sistema Municipal
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